O que é um conto de fadas?
Sabe-se como é importante para a formação de qualquer criança ouvir histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um bom leitor, tendo um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. É poder sorrir, gargalhar com situações vividas pelos personagens e com a idéia dos contos, então, a criança pode ser um pouco participante desse momento de humor, de brincadeira e aprendizado.
Os contos também conseguem deixar fluir o imaginário e levar a criança a ter curiosidade, que logo é respondida no decorrer dos contos. É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivem e atravessam, de um jeito ou de outro, através dos problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos personagens de cada história. Essa é a importância dos contos, mas o que venha a ser um conto de fadas? De acordo com Vera Teixeira de Aguiar:
"Os contos de fadas mantêm uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filhos), que desequilibra a tranqüilidade inicial. O desenvolvimento uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos. A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitir à criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo". AGUIAR, Vera Teixeira de. Era uma vez (contos de Grimm). Porto Alegre, Kuarup.1990.
Vera resume, em sua concepção, sobre o conto de fadas que as crianças se utilizam deles para conseguir lidar com problemas reais, enfrentando-os com a coragem de um adulto e com a inocência de uma criança.
Já Nelly Novaes Coelho diz, que os contos de fadas são narrativas que giram em tomo de uma problemática espiritual, ética e existencial, 1igada à realização interior do indíviduo, basicamente por intermédio do amor. Daí se explica suas aventuras terem como motivo central o encontro, a união do cavaleiro com a amada (princesa ou plebéia), após vencer grandes obstáculos proporcionados pela maldade de alguém.
Plenos de significados, com estrutura simples, histórias claras e personagens bem definidos em suas características pessoais, os contos de fadas atingem a mente das crianças, entretendo-as e estimulando sua imaginação, como nenhum outro tipo de literatura talvez seja capaz de fazer, assim contribui para a formação e até para a transformação da personalidade desses pequenos leitores.
Sugerindo soluções simples, os contos, já que, referem-se aos problemas interiores, promovem o desenvolvimento de recursos internos e criam soluções para tais dificuldades a serem enfrentadas no decorrer do seu crescimento. É o que afirma Bruno Bettelheim:
"Enquanto diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança". (BETTELHEIM, 2004, p-20).
Bruno apenas diz que, num conto de fadas, os processos internos são externalizados e tomam-se compreensíveis enquanto representados pejas figuras da história e seus incidentes.
Assim, a suprema importância dos contos de fadas para as crianças em crescimento, reside em algo mais do que ensinamentos sobre as formas corretas de se comportar, eles são terapêuticos, porque o paciente encontra sua própria solução através da contemplação do que a "estória" parece implicar acerca de seus conflitos internos neste momento da vida. Tomando característica marcante dessa área, o poder de lidar com conteúdos da sabedoria popular e conteúdos essenciais da condição humana, por isso, eles vivem até hoje e continuam envolvidos no mundo maravilhoso, universo que detona a fantasia, partindo sempre de uma situação real e concreta, sempre lidando com emoções que qualquer criança já viveu.
Educadoras pra frente!
domingo, 2 de outubro de 2011
A importância dos contos clássicos
Contos de Fadas
Muito além de uma simples historinha
Muito além de uma simples historinha
Era uma vez um mundo novo no imaginário de uma criança, com personagens que vivem conflitos e heróis que trazem esperanças renovadas. Histórias que começam com princesas maltratadas e príncipes solitários e terminam com casais felizes fazem parte do universo dos contos de fadas. De geração em geração, Branca de Neve, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho são histórias que permanecem intactas e o mais interessante é a razão de todo o processo que envolve essas lendas infantis.
A importância dos contos de fadas
A permanência dos contos de fadas ao longo do tempo ocorre, justamente, porque atende aos apelos do ser humano. E o que existe por trás de seus enredos? Segundo a professora de psicologia da educação da PUC, Neide Saisi, eles respondem às nossas necessidades, angústias, medos e, de forma inconsciente explicam a realidade. As crianças demonstram grande interesse porque essas histórias apresentam, de alguma forma, a solução para seus medos e angústias. Medo de ser abandonado pelos pais, de escuro, de bichos e tantos outros. Medos que fazem parte da insegurança natural de uma criança. Em contato com a história a criança projeta seu mundo nos personagens e eles atuam de modo a colaborar na resolução desses sentimentos. "Muitos processos ocorrem quando a criança escuta uma historinha. Ela se identifica, sofre, comemora, enfim, vivencia de forma inconsciente a historia que está ouvindo. E, com isso, consegue criar dentro de si ferramentas para vencer os dramas superados pelos personagens, uma vez que eles mesmos mostram que venceram. E fica aliviada e contente ao saber que existe esperança para solucionar todos os problemas, como os seus próprios", explica Neide.
Nos contos de fadas podemos encontrar a figura do pai-herói, que protege e soluciona os conflitos, como o caçador, personagem de Chapeuzinho Vermelho. A criança se sente realizada ao saber que mesmo diante de um conflito que parece insolúvel (o lobo mau devora a vovozinha) o personagem está a salvo graças à intervenção heróica do caçador, ou seja, o pai salvador. As histórias também ajudam a criança a amadurecer. São um caminho de esperança para problemas que parecem não ter solução. Com isso os pequenos ganham ânimo para enfrentar as questões do dia-a-dia.
É comum uma criança pedir para ouvir a história diversas vezes. A repetição, na verdade, é uma forma de ajudá-la na elaboração de angústias e conflitos. Nós adultos, por exemplo, repetimos um fato ruim que nos aconteceu. O rompimento com o namorado é motivo para dias e dias da mesma história. Não vamos solucionar o problema, mas a repetição ajuda na elaboração de respostas inconscientes, que fazem com que solucionemos a questão internamente.
Historinhas do Bem
Não só os pais, mas a escola também deve incentivar a leitura e outras atividades relacionadas aos contos. O desenho, a encenação e a discussão são atividades que ajudam os pequenos na elaboração de conflitos e também colaboram para a criança pegar gosto pelo material escrito, preparando-a, assim, para a alfabetização. Existem algumas maneiras de tornar a história mais interessante e compreensível. O interlocutor pode, por exemplo, mudar a entonação em cada personagem fornecendo, assim, material para o imaginário do pequeno ouvinte.
Historinhas do Bem
Não só os pais, mas a escola também deve incentivar a leitura e outras atividades relacionadas aos contos. O desenho, a encenação e a discussão são atividades que ajudam os pequenos na elaboração de conflitos e também colaboram para a criança pegar gosto pelo material escrito, preparando-a, assim, para a alfabetização. Existem algumas maneiras de tornar a história mais interessante e compreensível. O interlocutor pode, por exemplo, mudar a entonação em cada personagem fornecendo, assim, material para o imaginário do pequeno ouvinte.
Quando se identifica com um conto, a criança presta atenção, pede para o adulto repetir a história e até corrige, quando sente falta de algum trecho. Enfim, demonstra seu interesse, que se justifica porque o conto lhe traz elementos que fazem sentido de modo inconsciente. Quando existem elementos ameaçadores, no entanto, a criança pode não suportar a tensão. Precisamos respeitar o nível emocional da criança. A solução deve ser rápida, ou seja, as histórias longas com conflitos extensos não servem, porque o nível de ansiedade gerado é muito grande.
A resposta vem da própria criança. Quanto mais calma e sorridente se mostrar, maior a indicação do embarque no mundo do imaginário. Crianças que crescem ouvindo historinhas estarão possivelmente mais tranquilas para enfrentar os desafios do mundo. E nutrí-las de carinho e atenção são elementos indispensáveis para que vivam com segurança sua história pessoal.
A Bela e a Fera
Cinderela
Branca de Neve
Branca de Neve e os sete anões
Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Há muito tempo, num reino distante, viviam
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua
pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e
os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,
sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira
cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,
para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!
— respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,
encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha,
pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que
ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a
vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de
todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e
esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por
todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais
bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para
sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou
que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na
floresta, mas não a matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou
que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre
fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a
princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha
dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,
porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,
chorando, sem ter para onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e
levou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a
enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar
uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por
crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve
lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da
casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça
estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem
para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo.
Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito
espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,
que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar
novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva.
Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma
maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir
para sempre — disse a bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de
Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da
cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e
conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha —
coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu
desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,
chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou
caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se
estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de
cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,
esperando que um dia ela acordasse.
Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se
casaram e foram felizes para sempre.
Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Há muito tempo, num reino distante, viviam
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua
pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e
os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,
sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira
cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,
para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!
— respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,
encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha,
pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que
ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a
vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de
todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e
esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por
todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais
bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para
sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou
que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na
floresta, mas não a matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou
que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre
fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a
princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha
dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,
porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,
chorando, sem ter para onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e
levou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a
enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar
uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por
crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve
lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da
casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça
estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem
para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo.
Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito
espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,
que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar
novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva.
Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma
maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir
para sempre — disse a bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de
Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da
cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e
conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha —
coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu
desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,
chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou
caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se
estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de
cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,
esperando que um dia ela acordasse.
Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se
casaram e foram felizes para sempre.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
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